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O novo desafio das empresas: Como a IA está redefinindo o jogo

A inteligência artificial generativa (Gen AI) não é mais uma novidade tecnológica, mas sim uma força que está reestruturando as empresas de dentro para fora. O relatório The State of AI: How Organizations Are Rewiring to Capture Value, da McKinsey, confirma aquilo que muitos de nós já sentimos na prática: quem está liderando essa transformação são as grandes empresas, e o impacto vai muito além de simplesmente adotar uma nova ferramenta.

A reestruturação das empresas para capturar valor

O relatório mostra que as empresas não estão apenas experimentando a IA; elas estão redesenhando seus processos para maximizar o retorno sobre essa tecnologia. Algumas mudanças cruciais incluem:

  • Revisão de fluxos de trabalho: 21% das empresas que usam IA generativa já redesenharam parte de seus processos para acomodá-la. Isso indica que a IA não é apenas um “adereço” tecnológico, mas um motor de transformação real.
  • Governança no topo: A adoção eficaz da IA começa na liderança. O relatório revela que, nas empresas que realmente extraem valor da IA, o CEO tem um papel ativo na governança da tecnologia. Esse é um ponto crítico, pois muitas organizações ainda tentam empurrar a responsabilidade para times de TI ou inovação – e falham nesse processo.
  • Centralização estratégica: Algumas funções, como governança de dados e compliance, estão sendo centralizadas para garantir controle e segurança. Já a adoção de soluções de IA é frequentemente híbrida, combinando um núcleo central com execução distribuída entre as áreas de negócio.

O que está em jogo: Riscos e oportunidades

Se por um lado a IA está otimizando processos e aumentando a eficiência, por outro, há riscos que precisam ser endereçados. O relatório destaca que as empresas estão mais atentas a problemas como imprecisões nos resultados da IA, riscos de propriedade intelectual e questões de privacidade. E, sim, as empresas maiores estão saindo na frente, mitigando riscos com mais eficácia do que as menores.

Além disso, há um impacto significativo no mercado de trabalho. A demanda por especialistas em IA continua crescendo, mas, ao mesmo tempo, a automação de tarefas já está levando algumas empresas a reduzir o número de funcionários em áreas como atendimento ao cliente e supply chain. Em contrapartida, funções estratégicas, como desenvolvimento de produtos e engenharia de software, tendem a crescer.

A chave para o sucesso: Pensar grande

Um dos insights mais valiosos do relatório vem de Alex Singla, da McKinsey: as empresas que realmente estão colhendo benefícios da IA são aquelas que pensam grande. Em vez de adotar a IA de forma fragmentada, caso a caso, elas estão apostando em transformações amplas, com visão estratégica de longo prazo.

Isso reforça algo que já vemos no mercado: a IA não é uma solução mágica por si só. Ela precisa ser acompanhada de mudanças estruturais, capacitação da equipe e um modelo de governança sólido. Empresas que apenas “plugam” IA sem reestruturar sua operação podem até ver ganhos pontuais, mas não vão capturar todo o potencial dessa revolução.

A adoção da IA está crescendo em ritmo acelerado, mas ainda estamos nos estágios iniciais de uma mudança muito maior. As empresas que souberem integrar a IA em sua cultura, processos e estratégia terão uma vantagem competitiva imensa. Já aquelas que ficarem presas a abordagens superficiais podem acabar perdendo espaço rapidamente.

O futuro da IA nas empresas não será definido apenas pela tecnologia, mas pela capacidade de cada organização de se reinventar. E essa é a grande lição do relatório: a IA não está apenas mudando o jogo – ela está redefinindo as regras.